Fonte natural de saúde e bem-estar, quase todos veneramos o sol, seja pelo aspeto saudável que oferece à nossa pele, seja por ajudar a manter a saúde dos nossos ossos através da síntese de vitamina D e da fixação de cálcio no organismo.
Apesar de Portugal ter, em média, 300 dias soalheiros por ano, nem todos podem usufruir deles plenamente. De facto, a cerca de 10% da população, dos quais 95% jovens entre os 15 e 35 anos de idade, maioritariamente do sexo feminino, o sol pode causar alergia.
Além disso, a exposição solar excessiva e sem proteção pode desencadear efeitos negativos na nossa saúde, tanto crónicos (envelhecimento cutâneo, cancro da pele), como agudos (queimaduras solares e alergia ao sol).
1. O que é a alergia ao Sol? Porque sou alérgico?
Também denominada de “erupção polimorfa à luz” é uma reação alérgica cutânea após a exposição solar.
A razão por que ocorre não é completamente conhecida. Pensa-se que os raios UV (sobretudo os UVA) são capazes de alterar uma substância presente na pele (a tão conhecida melanina), tornando o sistema imunitário intolerante ao sol e, causando a inflamação da pele (vermelhidão, irritação, comichão).
Todavia, podem existir outros fatores responsáveis pela sua alergia ao sol, tais como:
- Alguns medicamentos (como os antibióticos da classe das tetraciclinas, antihipertensores, antidiabéticos, antiepiléticos ou antidepressivos)
- O contacto com determinadas substâncias presentes em cosméticos e perfumes
- A Erva-de-São-João ou hipericão
- Certos alimentos quando ingeridos em quantidades elevadas (como o limão ou o aipo)
2. Quais as manifestações?
- Frequentes: Manchas vermelhas acompanhadas de comichão.
Sobretudo nas áreas da pele não expostas ao sol durante o ano (como decote, ombros, planta dos pés, braços e pernas), ficando assim mais sensíveis.
Geralmente aparecem 12 horas após a exposição solar e tendem a desaparecer quando a exposição começa a ser mais frequente. - Menos frequentes: Bolhas
Podem evoluir para eczema. - Raras: Lesões na íris ou lesões-alvo
Alergia pode progredir e gerar complicações (ex.: infeções).
3. O que devo fazer?
PREVENIR é a palavra de ordem…. Se tem tendência a desenvolver alergia ao sol, o ideal é limitar a exposição solar. Mas como é isso possível, num país como o nosso?
Siga as recomendações que lhe propomos para usufruir do verão sem complicações!
- Evite expor-se ao sol quando a radiação é mais forte (entre as 11h-16h)
- Privilegie as exposições progressivas e temporárias, principalmente no início do verão
- Use vestuário de proteção (óculos de sol, chapéu, t-shirt de manga comprida)
- Use protetor solar com fator de proteção elevado (SPF 50+) e contra a radiação UVA e UVB
- Certifique-se de que o seu protetor solar é hipoalérgico e adequado para pele sensível, reativa e com tendência para alergias.
- Reaplique o protetor solar de 2 em 2 horas
- Aumente o consumo de alimentos ricos em betacaroteno (ex.: abóbora, cenoura, manga, papaia) ou tome suplementos à base desta vitamina que funciona como um protetor natural da pele (sobretudo se associada ao selénio e às vitaminas E e C)
A Farmácia Grave tem ao seu dispor profissionais habilitados para o esclarecerem sobre a alergia ao sol, aconselhando-lhe os protetores solares mais indicados para a sua pele e outras dicas que podem ajudar a aliviar a comichão, tais como: a aplicação de produtos calmantes como água termal, antioxidantes naturais suavizantes ou de compressas húmidas na área afetada.
Se a alergia persistir, marque uma consulta com um médico especialista para perceber a origem do problema!
Dra. Rita Mestre
Farmacêutica