Quase todos nós, já tivemos dores de cabeça (designadas como cefaleias), mas a verdade é que não são todas iguais! Algumas podem ser ocasionais e ligeiras, enquanto outras frequentes e dolorosas, afetando negativamente o seu dia-a-dia!
A Equipa da Farmácia Grave ajuda-o a encontrar estratégias para aliviar este desconforto!
1. Enxaquecas e cefaleias (dores de cabeça) são a mesma coisa?
Não. As enxaquecas são um tipo de cefaleias e, por isso, o tratamento de uma e de outra também é diferente.
Dependendo da sua origem e sintomas, as cefaleias podem ser divididas em vários tipos:
- Primárias (quando não estão associadas a outro problema de saúde), e incluem:
Cefaleias de Tensão
São as mais comuns. Afetam maioritariamente as mulheres. A dor é constante e bilateral (semelhante a um chapéu demasiado apertado). A duração e a intensidade variam. A sua origem pode estar associada a stress, cansaço e problemas de postura.
Cefaleias em Salvas
São as mais raras. Afetam sobretudo o sexo masculino e as faixas etárias dos 20 aos 40 anos. Dor intensa e em redor dos olhos, acompanhada de lacrimejo, congestão ou corrimento nasal. Cada episódio pode durar entre 15 minutos a 3 horas e ocorrer até 8 vezes por dia. A sua origem permanece desconhecida.
Enxaquecas
Afetam 3 vezes mais mulheres do que homens. Iremos abordá-las em pormenor mais à frente.
- Secundárias
Quando surgem devido a outras situações como: sinusite, gripe, hipoglicemia e alterações hormonais durante a menstruação, a gravidez e a menopausa. A dor é eliminada ao tratar o que as causas.
2. Porque ocorrem as enxaquecas?
As causas da enxaqueca ainda permanecem desconhecidas. Contudo, certos fatores podem contribuir para desencadear e/ou agravar as crises, embora não sejam a causa direta.
2.1. Quais são esses fatores?
Ansiedade;
Stress;
Alterações do sono ou hormonais (ex.: menstruação, menopausa, gravidez);
Alguns medicamentos (ex.: contraceptivos hormonais);
Estímulos (ex.: luzes e odores fortes);
Jejum prolongado;
Fatores dietéticos (ex.: ingestão de álcool, cafeína ou certos alimentos).
3. Quais os sintomas associados à enxaqueca?
A enxaqueca caracteriza-se por:
Dor intensa, latejante e, por vezes, incapacitante, podendo durar horas ou mesmo dias. Na maioria dos casos unilateral;
Sensibilidade a odores, à luz e ao ruído;
Náuseas e vómitos, em alguns casos;
Pode ser antecedida por sintomas visuais (ex.: visão embaciada ou com manchas e luzes intermitentes), conhecidos por “aura”, que duram entre 5 a 60 minutos;
Ocorre com uma frequência variável, em média 1 a 4 vezes por mês.
Consulte imediatamente um médico caso apresente os seguintes sintomas:
Febre alta;
Calafrios;
Rigidez do pescoço;
Perda de visão;
Tonturas;
Convulsões;
Falta de forças;
Dormência nas mãos e/ou braços;
Dor persistente há vários dias ou agrava com o tempo;
Resistência aos medicamentos.
4. Como aliviar a enxaqueca?
Infelizmente, a enxaqueca não tem cura, mas pode ser controlada!
É fundamental que esteja atento aos sintomas que a caracterizam. Se forem frequentes, registe a sua localização, intensidade, duração, altura do dia em que surge, sintomas associados e possíveis causas para perceber se se trata de uma enxaqueca ou de outro tipo de cefaleia, de modo a que o tratamento seja o mais adequado.
Analgésicos (ex.: ácido acetilsalicílico, paracetamol) para aliviar a dor. Atenção! O seu uso excessivo e prolongado pode originar cefaleias de exacerbação, em que a dor surge quando o efeito da última toma começa a desaparecer, obrigando a uma nova toma;
Anti-inflamatórios (ex.: ibuprofeno, naproxeno, diclofenac, dexcetoprofeno) para diminuir a inflamação;
Triptanos (ex.: zolmitriptano) são fármacos mais específico e sujeitos a receita médica;
Antieméticos (ex.: metoclopramida) para reduzir as náuseas e os vómitos. Devem ser sempre associados a um dos fármacos anteriores.
Existem, também, várias medidas preventivas que pode colocar em prática no seu dia-a-dia para diminuir a frequência e intensidade das enxaquecas:
Faça uma alimentação equilibrada e evite saltar refeições, sobretudo o pequeno-almoço;
Pratique exercício físico regularmente;
Durma o suficiente;
Evite determinados alimentos (ex.: queijo, chocolate, pizza, gelados, fritos e iogurtes), a cafeína e o álcool em excesso;
Controle o stress (ex.: técnicas de relaxamento, meditação e acupuntura).
Conte com a sua Farmácia Grave!
Dra. Ana Monsanto
Médica de Família