Incontinência Urinária: como tratar?

Incontinência Urinária: como tratar?

1. O que é?

A incontinência urinária é a perda involuntária de urina através da uretra. Afeta qualquer idade e pode ser desencadeada por diversos fatores, entre os quais:

  • um episódio transitório/repentino - aquando de uma infeção urinária ou da toma de medicamentos diuréticos:
  • um episódio prolongado/crónico - associado a um enfraquecimento da musculatura pélvica.

2. Com que prevalência ocorre?

A incontinência urinária afeta maioritariamente o sexo feminino (aproximadamente 85%) e a população idosa.

3. Quais as causas?

Existem múltiplas situações que podem desencadear o aparecimento de incontinência urinária. Destacam-se:

  • bexiga hiperativa – distúrbio no músculo da parede da bexiga. Este músculo contrai mesmo que a bexiga não esteja cheia, o que provoca uma vontade urgente de urinar;
  • bexiga neurogénica - perda de controlo da bexiga causado por um distúrbio nervoso;
  • cistocelo ou “bexiga descaída”- os músculos e ligamentos da bexiga encontram-se enfraquecidos;
  • lesão do esfíncter urinário;
  • fraqueza da musculatura pélvica - muito comum na gravidez e no parto;
  • doenças neurológicas e psiquiátricas (ex.: Parkinson, demências);
  • idade;
  • consumo de cafeína;
  • tabaco;
  • excesso de peso;
  • medicação crónica (ex.: diuréticos).

4. Como pode ser classificada?

A incontinência urinária pode ser dividida em 5 categorias principais:

  1. Incontinência de urgência - caracteriza-se por uma vontade incontrolável e urgente de urinar. Encontra-se associada a algumas situações de infeção urinária.
  2. Incontinência de esforço - surge devido a um aumento da pressão intra- abdominal causada no seguimento da prática de exercício físico, espirros, tosse, risos, entre outros.
  3. Incontinência por regurgitação - ocorre devido ao aumento do volume de urina na bexiga, que é responsável pelo aumento da pressão no esfíncter.
  4. Incontinência funcional - acontece em utentes que sofrem de demência, Alzheimer e Parkinson, uma vez que não reconhecem a necessidade de urinar. Nestas situações, não há qualquer comprometimento no controlo da micção.
  5. Incontinência noturna - ocorre durante o sono e é mais comum em crianças.

5. Quais os sintomas?

Os principais sintomas incluem:

  • perda involuntária de urina;
  • necessidade frequente de urinar;
  • sensação de bexiga cheia mesmo após urinar;
  • diminuição da força do jato urinário.

6. Quais as complicações?

  • Diminuição da autoestima;
  • isolamento social
  • aparecimento de infeções fúngicas e de vermelhidão na zona da fralda.

7. Tem cura?
Na maioria dos casos é curável e de fácil tratamento, sobretudo se detetada precocemente.
Verificou-se que a reeducação comportamental dos utentes e o uso de fármacos ajuda a diminuir a frequência e a quantidade de perdas involuntárias de urina.

8. Como prevenir?

Existem algumas medidas de prevenção que pode adotar, entre as quais:

  • consuma fibras - ajuda a evitar a obstipação (mais vulgarmente conhecida como ‘prisão de ventre’);
  • pratique regularmente exercício físico - um forte aliado na perda de peso;
  • ingira 1,5 L de água por dia - ajuda a diluir a urina, evitando que fique muito concentrada;
  • consultas de Fisioterapia Pélvica.

 

A maioria das pessoas que sofrem de incontinência urinária não o admite, mantêm-se em silêncio porque pensam que faz parte do processo natural de envelhecimento. Mas, para que o seu problema seja detetado numa fase inicial, é crucial que fale com o seu médico ou farmacêutico para receber o tratamento mais adequado. A Equipa da Farmácia Grave encontra-se sempre disponível para esclarecer as suas dúvidas.

 

Dra. Sílvia Simões
Farmacêutica

Deixe seu comentário